FEITO A UNHA
Manter um espaço virtual dá um trabalho dos diabos. Faz lembrar a sabedoria popular que diz: Não basta aparecer, tem que permanecer. Como permanecer na memória do leitor é que são elas.
Certamente existem centenas (ou serão milhares?) de manuais e dicas apontando para a boa de sites e blogs. Todos mandam a gente se mexer. Mas, no frigir dos ovos, cada um de nós acaba tendo que descobrir o próprio caminho.
O próprio caminho não é igual ao de ninguém. Pois cada um carrega a sua especificidade, sua razão de estar na rede. Para uns é vender. Para outros, aparecer. Para os dois a prova dos nove é permanecer na memória dos navegadores.
Eu digo que não é bolinho. Compartilhar e pescar outras redes é trabalho feito a unha. Um a um. Responder a quem deu bola para gente também demanda doses de trabalho. Moral do post: permanecer na rede é para quem não teme o batente.
MEA CULPA?
Acho que todo mundo conhece a história da Caixa de Pandora – que na verdade era um jarro. O mito conta que a tal caixa, ou jarro, continha todos os males do mundo. Pandora a abre e os males se espalham, com exceção da esperança.
Por séculos a fio a Caixa de Pandora é citada. E sempre que ocorre um grande mal, como o massacre na boate gay de Orlando, aparecem especialistas, políticos, jornalistas tentando comparar a internet à Caixa de Pandora.
O argumento-base é que a rede favorece a difusão de ideias fanáticas, fundamentalistas, nazi-fascistas. É fato que existem muitos idiotas com ideias idiotas espalhados por sites e redes sociais.
Mas isso não deve (e nem pode) ofuscar as estrondosas qualidades da rede mundial. Como no mundo físico, há mais gente do bem do que do mal. A internet favorece a mais qualidades positivas do que negativas. E como o mito não deixa a esperança escapar.
ONDE O NOVO ESTÁ
Hoje mesmo minha amiga Regina Palombo, em conversa no messenger, escreveu o seguinte: Procure o seu nicho. outros leitores provavelmente te esperam! Mas você precisa chegar neles.
Achei a frase matadora, pois no ambiente digital o leitor não costuma ir até o autor. Bem mais, é o autor que vai ao encontro do leitor. Diferentemente do espaço físico de uma livraria, a internet é infinita.
Para formar um público de leitores são necessárias três coisas: trabalho, trabalho e trabalho. É claro que estou falando de pessoas como eu – sem fama e sem dinheiro. Mas teimosa vou atrás de quem queira me ler.
É uma aprendizagem, uma vez que sou filha do mundo Gutemberg, no qual escritores escreviam, editores editavam, livreiros vendiam e leitores tinham autores prediletos. O jogo tinha regras claras.
O que aconteceu com o advento da internet 2.0 foi que o jogo mudou e as regras ainda estão sendo criadas.
RASCUNHO
Escritores digitais ganham de lavada dos colegas do impresso no quesito correção. Creio que as ferramentas digitais facilitaram a vida em todas as áreas, da neurocirurgia ao armarinho.
Na minha praia, a facilidade mais fascinante está no conserto de erros. Porque os próprios leitores se tornam revisores. Trocou um s por ç? Alguém avisa. Se equivocou com uma data histórica? Um generoso alerta.
Aí basta ir no texto e usar a função mágica do editar. Pronto! Em dois segundos a vida do escritor digital está resolvida. Já o pobre do escritor de impressos eterniza seus erros.
Não é bobagem. É vantagem magnífica. O ambiente digital transforma a escrita em rascunho. Não qualquer um. Não desses que a gente joga no lixo. Trata-se de um rascunho dinâmico. No modo movimento perpétuo.
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