O grande invento de Douglas Engelbart
Quando Douglas Engelbart morreu, em 2013, recebeu notas discretas nos obituários dos jornais. O americano estava com 88 anos. Faleceu em casa vítima de insuficiência renal e de acúmulo de experiências.
Na minha opinião, a notícia de sua morte valeria ser manchete. Pois o cara simplesmente inventou o mouse. Em 1968, enquanto Paris ardia nas mãos da juventude e o Brasil esfriava com o AI-5, Engelbart apresentava seu invento em uma conferência em San Francisco. Era a estreia do ratinho infernal.
Um dispositivo que mudaria o mundo e a nossa maneira de nos relacionarmos com computadores. O protótipo de Engelbart era de madeira, mas servia para acionar comandos. O público da conferência – formado por nerds, cdfs, engenheiros, curiosos – ficou boquiaberto.
É claro que entre o protótipo e o produto final, muitos bits passaram pelas garagens e empresas californianas. O mundo então não conhecia os computadores pessoais e muito menos a internet comercial. Ainda estávamos na época dos imensos processadores acessados por cartões perfurados.
Mas Engelbart, engenheiro eletrônico e pesquisador do tipo visionário, intuía um futuro no qual pessoas comuns, sem conhecimentos técnicos, poriam as mãos na tecnologia digital. Ele também contribuiu para a criação da interface gráfica usuário-máquina e para o desenvolvimento da própria internet.
O mouse seria popularizado na metade da década de 1980 pela Apple, quando a empresa era pura invenção e irreverência. O invento do vovô Douglas inspirou os dois Steves – Jobs e Wozinac – na concepção do Macintosh. O que aconteceu depois, a gente conhece.
Também não esqueço da primeira vez que usei um mouse. Uma loucura! Os ícones do windows pareciam despregar da tela, alcançar a janela e ganhar a rua Capote Valente, em Pinheiros. Treinei por três dias seguidos. Verdade que hoje prefiro o trackpad ao rato. Mas é tudo a mesma coisa.
Fiquei comovida quando li que Douglas Engelbart havia nos deixado. Creio que devemos muito a ele e a seus inventos. Junto à emoção, matutei que os computadores pessoais já têm uma história. Ufa, estamos envelhecendo.
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Obrigada por contar essa história, que desconhecia. Como tantas outras…
Vera querida, às vezes penso as histórias “desconhecidas” ou pouco conhecidas encheriam 1000 planetas.
Obrigada pela leitura. Sempre.
Como é gostoso aprender com você Fernanda!
Obrigada de coração, querida Marisa!
Já conhecia a história, mas na sua “pena” ficou mais saboroso!
Oh, Cristina. Fico encantada. Beijo.
Minha querida vocé tem Dom…
Carinhos
Beijo grande, Kelva querida.
[…] demonstrando que o canal transmissor determinava o próprio conteúdo, o mundo nem sonhava com internet, blogs, redes […]