Foto: Régine Ferrandis VIVO OU MORTO?
Acho que todo mundo sabe a receita para matar um site:
1 Layout pobre
2 Conteúdo de baixa qualidade
3 Pouca atualização
4 Divulgação falha e compartilhamentos fracos
Quem usa a receita acima, via de regra, encara o site apenas como tarefa. Aquilo que a gente tem que fazer, quase uma obrigação. Portanto já começamos loucos para terminar, para se livrar.
Agora a receita para manter um site vivo não se restringe a layout bom, conteúdo de qualidade, atualização constante, divulgação e compartilhamentos. Esses quesitos são básicos. Mas a gente quer ir além do básico.
O quesito decisivo tem a ver com nossa atitude. Tem a ver com entusiasmo, paixão, esperança. É um trabalho que nunca termina. Ele dorme e acorda com a gente.
POUSO
Uma característica muito legal da escrita é a liberdade de associações. Soa até natural ligar um site a um avião. Os dois vivem no ar. Carecem de manutenção minuciosa, combustível por suposto e viajam pelos cantos do mundo.
Fazer uma postagem é como decolar. Friozinho na barriga: será que o texto se sustentará no ar? Vai comunicar a que veio? Depois vem o tempo longo da velocidade de cruzeiro. Tempo em que esperamos que o conteúdo será visto e oxalá lido.
Toda decolagem voa para a aterrissagem. Do mesmo modo que todo barco anseia pelo porto. No caso do site, a torcida é para a mensagem pousar no coração de leitor. Se formos bons pilotos, o pouso será suave. Quase amanteigado.
SENTIMENTOS
Com o passar do anos vou observando que muitas coisas mudam: comportamentos, tecnologias, trajes, mapas. Mas também atento que a essência insiste, permanece. Diria até que ela tem anseio à eternidade.
Reparem nos jovens enamorados. Tão parecidos. Verdade que meu pai, no início dos anos 1950, morando em Taubaté numa casa sem telefone, tinha que se esforçar para falar com a minha mãe no Rio de Janeiro.
Ele tinha que ir até o posto telefônico no centro da cidade, enfrentar fila para dar o número para a telefonista, suportar o tempo para completar a ligação, falar e ouvir com ruídos. E depois pagar bem caro pelo quase luxo.
Hoje, seus netos falam imediatamente com as amadas. Nem precisam digitar o número. Uma tecla basta! Fazem isso de qualquer lugar em qualquer minuto.
Mas a essência do que dizem é igual. Juram amor com a voz leve ou gravemente embargada. Sentem ciúmes, fazem planos. Desejo e afeto não têm idade! Por conta disso as histórias mudam radicalmente na forma, mas lentamente no conteúdo.
É OU NÃO É?
Nem sei se chamo de consequência ou influência. Mas o fato é que um dos grandes ganhos da cultura digital é desenvolver nossa capacidade de enxergar mais além. Mais além do nosso métier, nosso umbigo, nossa história.
Notadamente isso ocorre com o uso intensivo das redes sociais, plataformas que favorecem a diversidade de pontos de vista, leituras e escritas do mundo. Por mais fechadinho que o sujeito seja, não existe como fugir dos contraditórios.
As redes sociais funcionam, um pouco, como as ruas no passado. Você estava dentro de casa e dizia: Vou sair para ver o que está acontecendo. Ou ao menos para sentir o pulsar da cidade.
Hoje você quase pode ir a lugar nenhum. Sentadinho conectado à internet vão chegando em você: acontecimentos, pulsações, pessoas. Mas é diferente, alguém dirá. É claro que é diferente! Porém o diferente não é sinônimo de pior (e nem de melhor). É mais uma possibilidade.
Mais possibilidades é o que a cultura digital traz. A cada dia podemos melhorar uma ideia. Ver cada vez mais longe. Dialogar com variados horizontes. Fazer tudo isso sem perder o próprio centro. É ou não é maravilhoso?
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Maravilha, sou fã incondicional da tecnologia. Mesmo que cause alguns efeitos colaterais como extinção de Banca de Jornal ou diminuição de bancários. Viva os caixas eletrônicos!