Quando o assunto é cultura digital, internet, produção de conteúdo falo sempre: Crie um blog. Acho que todas as pessoas, independentemente do que fazem, poderiam blogar.
Não existe um relógio único para os diversos tempos. Se para o indivíduo 80 anos é praticamente toda sua vida, para a História 8 décadas é um parágrafo. Já para a internet o que ocorreu ontem tem cheiro de século passado, o que acontecerá amanhã tem cara de hoje.
Os blogs se popularizaram no Brasil lá por 2001. Se fosse uma pessoa seria menor de idade. Inimputável. Para o tempo histórico, também não mereceria registro e reflexão. Mas a comunicação digital, entre 1001 outras provocações, também veio para bagunçar o coreto de Cronos – deus grego da Agricultura e portanto do tempo.
O fato é que os blocos digitais cresceram e criaram a blogosfera. Há tantos blogs quanto blogueiros. Duas são as principais críticas feitas a eles. A primeira diz que os blogs são espelhos de Narciso – mito grego que se apaixona pela própria imagem. Ou seja, blogs seriam jardins de egos. A segunda crítica desqualifica os blogueiros, uma vez que qualquer um – mesmo sem diploma, registro sindical, cartão de crédito – pode escrever um.
Apesar de eu ser suspeita, pois sou blogueira de quinta viagem com gosto e orgulho, vou dar uns pitacos a favor. Ninguém, mesmo fazendo todo esforço do mundo, escreve partindo do eu para chegar no eu. A escrita é essencialmente um gesto social. Todos escrevem para serem lidos. O leitor é sempre o outro.
Quanto a qualquer um poder escrever um blog, vejo como uma inestimável qualidade. Afinal se expressar é um dos direitos humanos. Antes da internet 2.0, apenas pouquíssimos detinham meios objetivos para se expressar. Eram alguns escritores, jornalistas, publicitários para uma multidão de leitores.
Os blogs desequilibraram essa correlação. Eles puseram ao alcance de quem desejar, a oportunidade de dizer do mundo para o mundo. Enfraqueceram a cultura do cala boca, quem fala aqui sou eu. Além de contribuírem para novas relações escritor-leitor. Aquele mais desmistificado, este mais participativo.
Na blogosfera – do mesmo jeitinho que era na esfera Gutenberg – começar é fácil, continuar é trabalhoso. Manter-se é o x da questão. Mas crie seu blog, pois junto com ele virão os leitores. Você não precisa mais de indicação, editora, gráfica, distribuição, livraria. Será um sujeito sem grilhões.
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