Regina Pereira, a Reca, é pessoa profunda. Talvez por ser mineira das montanhas e do queijo fresco. Conheço a minha amiga Reca desde a faculdade. Houve uma época que éramos vizinhas. E no lugar de ovos e sal, trocávamos palavras escritas. Hoje ela é a convidada do site. Curta seu texto e foto:
Desde 2006 tenho dois corações, um fica batendo mais forte na cidadezinha singela, onde Guimarães Rosa nos deixou uma casa de herança, pra comungarmos a beleza. Onde o trem passa na mesma estação que viu Soroco embarcar mãe e filha. Onde janelas e desjanelas rangem as dores do tempo. Onde artistas brotam por toda parte, lavrando violões, acordeons, forjando belezas no ferro. Onde arautos do Rosa levam sua palavra por toda parte. Onde nos esparramamos pelos quintais e pelos jardins plenos de alegria por sermos também miguilins. Onde a infância brota com facilidade. Onde os mulungus, os ipês e as carobinhas enfeitam a paisagem! Onde as estrelas brilham com mais agarre de alegria. Onde em cada portinha está um amigo a nos receber com um abraço apertado. Onde a cada ano que passa acrescentamos novos afetos, amigos em Rosa. Somos os que perderam o trem para Barbacena, mais por poesia do que por verdade. Cordisburgo, a casa da palavra, “só quase lugar, mas tão de repente bonito.”
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Pura poesia!
Verdade, Silvana.