Cru
Desde que a humanidade inventou o relógio, namorou também o desejo de fazer mais em menos tempo. Um sonho que une patrões e empregados, prestadores de serviços e clientes. Por conta disso, o fogão a gás aposentou o fogão a lenha, os processadores de texto dizimaram máquinas de escrever.
Eu também sinto o afã de produzir mais textos em menos tempo. Embebedar-me na vertigem da velocidade. Ela encurta trajetos. Faz o ponto B ficar mais próximo do ponto A. O porto da partida mais vizinho do ancoradouro da chegada.
Contrate o Ibope para fazer a pesquisa. Mesmo sem ver os resultados, tenho quase certeza que a Velocidade estará eleita deusa do tempo contemporâneo. Quem for lento já perdeu. Ninguém fala mais em trens. Falamos em aviões.
Tudo lindo. Tudo azul. Não fosse a verdade de que o apressado como cru. Se corro nas teclas, aumento o espaço do erro e expando a área do engano e do autoengano. É claro que posso corrigir com velocidade. Isto é, se alguém me apontar o equívoco. Caso contrário, de forma irônica, o erro ficará “impresso” na liquidez digital.
Generosos
Observo um comportamento interessante nos ambientes digitais: o compartilhamento de saberes em forma de dicas. Mais do que no mundo offline, encontro pessoas dispostas a ajudar estranhos. Quando digo estranhos quero dizer pessoas fora das nossas redes sociais.
Talvez a generosidade também tenha a ver com o ineditismo do ambiente. Como ainda não houve tempo de formar tradições, corporações, cooperativas digitais (excetuando os gigantes, é claro), as pessoas se mostram solidárias, pois estamos todos no mesmo barco de descobertas.
Digo isso porque esta semana apareceu na minha rede um cara dando dicas ótimas sobre otimização de links. Ele terminou dizendo: Vá agora no seu site e comece a fazer. É certo que tem muita gente trabalhando como ele: distribuindo gratuitamente conhecimentos.
Eu mesma, com toda humildade, tento compartilhar algumas reflexões acerca do mundo digital. Meu objetivo é me expressar, mas também ajudar. Acho que estamos todos aprendendo o novo mundo.
Blogueiros
Escrevo este post para todo mundo e particularmente para meus colegas blogueiros. Não para aqueles que criaram um blog e o esquecerem no baú digital. Mas para aqueles que mantêm seus blogs ativos. Vivos, melhor dito.
Quero me solidarizar com o trabalho (quase insano) de quem posta diariamente ou três vezes por semana. Porque, acreditem, não é fácil a lida de pensar, escrever, postar, compartilhar.
Ter um blog vivo é não tirá-lo nunca do pensamento. Você está no supermercado pensando nele. Visita a mãe pensando nele. Almoça e janta ligado nele. Isso é apaixonante.
E é exaustivo! Então blogueiros são masoquistas? Creio que não. Imagino que se eu parasse de blogar, ficaria muito triste. Pois ter um blog dinâmico, real, trabalhado é muito bom! Amar é do bem.
[…] passado. Mas não é. Ele não é o mesmo nem da tarde de ontem. Pois tudo vai muito rápido. Corre na velocidade do curtir, comentar, […]