Rua arborizada em Niterói, travessa da praia de Icaraí. Mas nem os ipês floridos, nem a cantoria das cigarras prendiam a atenção do adolescente magricela.
O garoto caminhava contando o número de carros estacionados que traziam grudados nos vidros o slogan: Brasil, ame-o ou deixe-o.
Se esforçava, mas não pescava a lógica da frase. Afinal seu pai – que amava espancar sua mãe – sempre a ameaçava: Te odeio e nunca vou te deixar.