Faz tempo que os assuntos de envelhecer andam me rondando. Envelhecer como verbo mesmo. Isto é, como ação. Pois essa fase da vida contém momentos diferentes. Existem a adolescência da velhice, a juventude e a idade madura da velhice e, por fim, a velhice da velhice. Tais momentos não estão delimitados pela idade. Eles têm mais a ver com a percepção de cada qual.
Eu, por exemplo, aos 61 anos, me sinto na juventude da velhice. Percebo o peso, mas ainda encontro a leveza. Sei que sei muita coisa, mas ainda preciso saber muito mais. Já não topo acampar e nem suporto o desconforto. Meu corpo avisa todo dia sua presença: dói uma coisinha aqui, estala outra ali.
Também sinto muita saudade. De prédios que foram demolidos, de músicas que não tocam mais, de jornais, revistas, papéis almaço. Saudade do pai, de bichos e de tantos queridos que subiram para as nuvens.
Até do mentex ,da máquina de escrever, da ficha telefônica sinto falta. Outra falta são interlocutores que compreendam o que falo ou escrevo, sem que eu precise contextualizar ou comparar o tempo todo.
Envelhecer não é só olhar para trás. Também é um sentimento agudo do tempo presente. Da vida presente. Nada como os velhos para saborear os instantes. Talvez, por isso, a gente vá ficando mais demoradiços.
A coluna 50+ terá crônicas sobre a aventura do envelhecimento. E leitores 50 – também são muito bem-vindos.
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Adorei! Sou um 50- mas também tento “saborear meus instantes”. bj!
Zé, fico feliz. Os 50- são mais do que bem-vindos. Nova coluna, ânimo novo. Beijo e obrigada pela parceria.
Adorei o seu texto. E seguirei a coluna.
Beijos.
Que bom, Otavio. Fico feliz. Toda segunda, encontro marcado. Beijo!
Adorei seu texto, sabe Fernanda sinto muita falta na internet de textos, de assuntos relacionados a quem tem mais de 50, sua nova coluna é muito bem vinda.
Ivana, também sinto essa falta. Será uma coluna legal! Beijo e obrigada sempre pela leitura.
Oi, Fernanda! Sou da turma do 50+ e vivo a juventude da velhice.Vivo em paz e bem. Gostei da crônica inaugural e da nova coluna. Um espaço para todos, mas especial para a turma do 50+. No meu caso, 60+ um pouquinho. Parabéns. Seguirei sua nova coluna. Bjs.
EstamosJuntos, Antônio. A coluna cairá na Rede toda segunda-feira. Beijo!
To na fase fisicamente obrigatória da Velhice da Velhice,mas minha cabeça é rebelde,e teima em ficar entre poesias e paisagens próprias da juventude!Nem as manchas senis dos meus braços conseguem trazer-me de volta!!!
Isis, você é uma linda! Obrigada pela leitura sempre.
Lindo, Fernanda. Beijos
Regina, fico feliz que você tenha gostado. Beijo, querida.
Belo texto. Enxuto e preciso.
Dionisio, você gostando me enche de orgulho. Beijo!
Vou te acompanhar também
Silvia, acompanhe sim. Toda segunda-feira. Vou dar o melhor de mim. Beijo, obrigada pela leitura.
Estou quase nos 60. Tentando ficar mais amiga da morte.Nao de um jeito obsessivo, e sim, encarar com mais tranquilidade. Acho que esse é o principal sintoma da minha velhice.
Maria Cristina, este é o ponto, né? A morte. Em todas as fases anteriores à velhice, sabemos que podemos morrer a qualquer instante. Porém se vamos vivendo, o envelhecimento vai nos dizendo: “Vai chegar a hora, vai chegar a hora”. No entanto, enquanto a morte não vem, nos lambuzemos de vida. Beijo e obrigada mais vez pela leitura.
Você consegue dar nome a coisas que estão perdidas dentro da gente, com a lucidez e precisão habituais! Obrigada por mais este presente!
Marisa Paifer, talvez escrever seja encontrar o perdido? A ideia é bonita. Beijo, querida.
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Maravilha encontrar outr@s de +50 em frente ao teu texto, obrigada Fernanda !
Eu quem agradeço, Marilda.