O sol brilhava no sábado, 25 de março, em Sampa. Numa casa da rua Capote Valente, Pinheiros, sede do Estúdio Saci, nove mosqueteiros das palavras e imagens se reuniram para falar de blogs. Não de blogs alheios, famosos ou escondidos, mas dos próprios blogs. Os sonhados e os realizados.

Fosse no século 20, esse workshop não teria existido. Pois os blogs se popularizaram a partir do ano 2000. Fosse o blog uma pessoa seria menor de idade. Mas em menos de duas décadas quanta história e dinamismo os blogs abarcam!

O blog nasceu como diário pessoal. Olha eu aqui. Fiquei solteira. Cachorro é melhor do que gente. Esta é a minha voz. Também ganharam notoriedade discutindo assuntos específicos: Blog de carros antigos. Blog de Bolos de Noiva etc. Logo depois surgiram as redes sociais e muitos blogueiros fecharam as portas. Migraram para o Face, Twitter, LinkedIn e afins.

Começaram a surgir os profetas do apocalipse dos blogs. Eles perguntavam: Para que ficar num único lugar se você pode estar em todos? Muita gente embarcou na onda. Mas ultimamente a excessiva, escandalosa fragmentação das redes sociais passou a incomodar.

Afinal, você posta às 8h da manhã no Face e 3 minutos depois ninguém vê mais sua postagem. É certo que vivemos o mundo da instantaneidade, mas para quem gosta de escrever e publicar essa velocidade é terrível. Fora isso, onde antes havia milhares de usuários, hoje há milhões.

Mais valorizada do que o dólar e o euro é a Moeda da Atenção. Quem vai me notar e ler? Pergunta com várias respostas. A mais básica delas começa com o canal. Ter um blog é uma boa dica, porque as pessoas poderão te encontrar. O blog é a sua casa. O seu endereço.

Pensando assim, muita gente que havia fechado seus blogs voltou ou está voltando. As pessoas reformam os antigos ou partem para novos. Afinal a tecnologia não para de se modernizar e ficar melhor e mais fácil. Dê uma olhada no WordPress e confira o que quanto intuitivo ele é.

Assim os blogs, hoje, estão vivendo um renascimento. A cara de cada um é a cara do blogueiro. Cabem todos: confidentes, poetas, prosadores, pintores, desenhistas, bordadeiras, cozinheiras, opinadeiros, empreendedoras. Basta ter a vontade de se expressar. E também disciplina, persistência, consistência.

Blogar é ação inteligente. É preciso compreender e cumprir a rotina: produzir, revisar, fazer SEO, postar, compartilhar, monitorar. Mas é fato também que cada blogueiro conquistará o seu jeito particular de fazer as coisas.

Isso é fascinante. Um trabalho que tem exemplos, mas não receita de bolo. É um trabalho-aprendizagem. Você tem que pensar no texto, na imagem que usará, nos links que irá introduzir. Também – importantíssimo – bolar estratégias de compartilhamento nas redes sociais e por e-mail.

No texto, há a pesagem do título, das tags escolhidas, do tom e estilo da escrita. Na imagem é preciso saber o que é recomendável ou não publicar. O mais indicado é produzir as próprias imagens, ora fotografando, ora ilustrando. Já na tecnologia o lance é se manter informado com atualizações e plugins interessantes.

A parte da divulgação é quase um universo inteiro. É recomendável ter noções básicas de SEO (ou seja, como virar amiguinho do Google), conhecer bem seu público e criar estratégias para que estranhos (pessoas fora da sua rede) vejam o seu trabalho.

Nada do outro mundo. Tudo possível de ser feito. Todo blogueiro é um aprendiz digital. O próprio blog é o testemunho das mudanças e progressos de seu autor. É ou não é uma atividade bacana?

Essas questões e várias outras foram o motivo do encontro no Estúdio Saci no I Workshop Blog seu Blog. Foi um sábado inteiro de trabalhos, risadas e boas inquietações. Valeu mesmo!

Participaram: Ana Clara Fernandes, Ana Muniz, Helena Maria Ferrari, José da Rocha Carvalheiro, Paulo Henrique Andrade e Valdirene dos Santos Rocha.
Palestraram: Fernanda Pompeu, Fernando Carvall e Mariana Sorc.
Realização: Estúdio Saci.

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