Acho que todos já descobrimos que a escrita tem suas limitações quando comparada à fala. Como não há olho no olho, bem menos a possibilidade do leitor interromper dizendo: Não entendi, o redator tem que rebolar na pista da clareza.
Os pronomes possessivos seu e sua são campeões da ambiguidade, condutores de muita confusão. Vamos aos exemplos:
1
O empresário, a esposa e seu amante embarcaram rumo a Las Vegas.
Pergunta: O amante é da esposa ou do empresário?
Se for amante do empresário, melhor escrever: O empresário, a esposa e o amante dele embarcaram…
Se for amante da esposa: O empresário, a esposa e o amante dela embarcaram…
2
Luísa, seu José virá jantar com sua irmã.
Pergunta: A irmã é do José ou de Luísa?
Se for do José: Luísa, seu José virá jantar com a irmã dele.
Se for da Luísa: Luísa, sua irmã e seu José virão jantar.
3
O deputado garantiu ao povo que seu esforço será recompensado.
Pergunta: de quem é o esforço?
Se for do povo: O deputado garantiu que o esforço do povo será recompensado.
Se for do nobre deputado: O deputado garantiu que o esforço dele será recompensado.
Detalhes? Pois é, Deus mora neles.
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Muito boa leitura,porque leve,saborosa e profissional,de quem sabe o que está dizendo ou… escrevendo!
Helena, seus comentários são estímulos para mim. Valeu, beijo.
Para encontrar o marido, Bel seguiu seu rumo.
Melhor: Para encontrar “nosso marido”, Bel seguiu o rumo dela.
(piadinha interna para saberes que te leio)
Nota 10, minha Bel. O que como anda nosso marido? Beijo.
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