Acho que o umbigo não recebe a atenção que merece. Ao menos não conheço creme para umbigo e nem vejo gente querer aplicar silicone nele. Injusto, pois a gente nasce com um cordão ligado a ele, ou será o contrário?
Também não acho precisa a associação entre umbigo e ego. Ah, fulano é umbigão. Ah, fulana só olha para o próprio umbigo. Será? Eu por exemplo, não primo por um ego pequeno, mas raramente olho para o meu umbigo. Praticamente me esqueço dele.
Mas agora lembrei que Cuzco, a encantada cidade peruana – tem como epíteto Umbigo do Mundo. Atentem que não é Cidade Maravilhosa nem Cidade das Luzes. É muito mais, porque umbigo – aí com razão – simboliza o centro.
Daí voltamos à história do nascimento. Do cordão umbilical. Agora lembrei uma segunda coisa. Uma canção -poema do Chico César e Arnaldo Black de nome Umbigo:
“Vou até o fim
Todo ser é um
E não há nenhum mal
Em ser ambíguo
Novelo de lã
Leva pelo fio
E não há desvio até
O umbigo
Todos nós um só
Todos nós os mesmos
Todos nós a esmo”.
Ouça a canção inteira aqui:
Ótima música e texto!
Valeu, Maria Cristina. Beijo!