Não sou especialista em nada. Sou uma pena de aluguel. Passei boas décadas escrevendo roteiros, spots, slogans, textos para clientes variados. Aprendi a me apaixonar pela paixão dos outros.
Assim já morri de amores por uma fábrica de parafusos, pontes estaiadas, bolos para festas, estatuto da criança e do adolescente, autoescola, biblioteca comunitária, casa de tintas, clube de campo, direitos humanos.
Também, é claro, escrevo crônicas dos meus temas. São as melhores de fazer, pois nelas tenho passe livre para escrevinhar o que penso e sinto. Mesmo não sendo doutora em nenhuma disciplina das humanas, vou dar alguns pitacos acerca do que andamos vivendo no mundo dos jornalistas e autores. Mundo em crise.
O que eu mais vejo no meu Facebook são postagens, muitas delas desesperadas, alertando para a morte do jornalista profissional. Notícias de desrespeito social, demissões em massa, baixos salários, baixa autoestima.
No entanto, creio que a bonita, histórica, indispensável profissão de jornalista não está na UTI. Quem está terminal são os grandes veículos impressos de massa. Eles, se não se reinventarem, vão para a agonia por falência múltipla de visão.
Olha que não estou falando de modelo de negócio – esse papo não é de jornalista, é de dono de jornal. Estou falando de novos modelos de noticiar e ler notícias. Novos jeitos criados nas redes sociais.
Muitos seguem acreditando que o mundo é o mesmo do ano passado. Mas não é. Ele não é o mesmo nem da tarde de ontem. Pois tudo vai muito rápido. Corre na velocidade do curtir, comentar, compartilhar.
A velocidade é uma das características da transformação digital. Existe outra mais acachapante: os leitores mudaram! São mais críticos e mais voláteis. Eles não cabem mais nas caixinhas de destinatários, público-alvo, personas, consumidores.
Também são leitores sedentos de experiências e informações. Estão o tempo todo ligados. Usando seus notebooks, tablets, smartphones. Por ser tremenda a abundância de fontes e informações, são eles que escolhem o que, por que e quem ler.
Me parece que nesse ambiente, jornalistas e escribas que se tornarem Blogueiros vão ter a oportunidade de florescer. Mais ainda, a oportunidade de brilhar com a matéria-prima do jornalismo – que faz algum tempo estava no limbo. Isto é, apuração correta e bom texto.
Não haverá mais a comodidade da mídia única. Nem o cargo, nem o título, nem o espaço da página, nem o compadrio darão ao jornalista a primazia de ser lido. Todo mundo vai ter que suar a caneta para conquistar o novo leitor.
Conheça a coluna Diário Digital
Reflexão sensata e muitíssimo oportuna!
Obrigada pela leitura Thaís. Volte sempre que quiser, puder.
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