– Não esperava que você me delatasse. Acreditei que éramos amigos.
– Ingênuo, ingênuo. Nunca fomos do mesmo mundo. Você vem de uma linhagem de perdedores. Eu venho de vencedores.
– Mas pensei que estávamos mudando paradigmas. Fazendo diferente, rescrevendo a história do país.
– Errou feio, meu caro. Há coisas que têm a natureza das pedras. Ninguém muda. Passa água, passa lama e elas lá, duronas.
– Engano seu. Até as pedras mudam. O tempo age sobre elas.
– Que tolo! São necessários centenas de anos para transformar o perfil dos pedregulhos.
– Vamos deixar de conversa. Você me traiu! Me entregou para diminuir sua pena. Se é que haverá punição para você.
– Agora você quer posar de santo? Você concordou, mentiu junto, levou vantagens. E não vem com conversinha que a causa era nobre.
– Você me chamava de chefe.
– Tolamente você se envaideceu com esse tratamento. Eu chamava você de chefe. Mas quem mandava era eu. Seu erro foi acreditar que tinha sido aceito no Clube dos Donos do Brasil.
– Acreditei que tínhamos uma parceria.
– É claro que tínhamos. Mas parceria nunca quis dizer igualdade. Filhos de patrão e filhos da empregada só se casam nas novelas da Globo.
– Se nunca tivessem descoberto o esquema, seguiríamos amigos?
– Nunca fomos amigos. Você me usou. Eu usei você.
– Vou desligar, não estou mais a fim de falar com delator.
– Você é quem manda, chefe.
Brinde: Meu mundo caiu
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Será que o Palocci tem coragem de delatar o Lula?
Quem viver, verá.
Mal posso esperar pelas cenas dos próximos capítulos.
Gabi, bom dia! E como será o final da novela? Essa realidade foge da imaginação de qualquer roteirista. Quem viver, verá. Beijo.