Adjetivo é que nem colesterol. Há o bom e o ruim. Adjetivo e colesterol precisam ser mantidos sob controle. No caso do adjetivo, trata-se de observar a sua função.
Adjetivo bom é aquele que especifica o substantivo, tornando-o mais específico:
Necessito de professores preparados.
Responda ao teste com lápis preto.
É melhor usarmos uma mesa redonda.
Texto sucinto comunica melhor do que o prolixo
Nesses exemplos, os adjetivos funcionam para delimitar: não basta ser professor, é preciso estar preparado. É vedado responder ao teste com lápis colorido ou caneta. Não serve mesa quadrada. Sucinto exclui o prolixo.
No dia a dia a falta de adjetivação causa contratempos. Se eu na papelaria peço papel sem adjetivar, o vendedor não saberá como me atender. Pois o papel pode ser
couché ou couché opaco,
branco ou amarelo,
fino ou grosso.
Já adjetivo ruim é aquele que é adorno:
O diretor comprou rosas perfumadas.
O mestre faleceu em trágico acidente.
Esmiuçando:
Rosas são sempre perfumadas.
Morrer em um acidente é trágico.
É também ruim a adjetivação abrangente:
A avaliação dos participantes foi maravilhosa.
Vi um filme interessante.
Pois maravilhosa e interessante são qualificações genéricas e subjetivas. Uma praia, uma pessoa, um almoço, um final de tarde também podem ser maravilhosos e interessantes.
Moral da postagem:
Parcimônia com o uso dos adjetivos.
Preferência aos que ajudam o substantivo.
Cuidado com os adjetivos de efeito.
No mercado da língua: substantivo é ouro, adjetivo é bijuteria.
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Perfeito
Obrigadíssima, Zé Bento!
Nos anos 90, apelidei (para consumo próprio – risos) o estilo de alguns colunistas do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, como ‘floresta de adjetivos’ – em sua maioria, elogiosos, caracterizando os textos mais como declarações de fãs do que como análises críticas.
Oi, Fabio, bom te encontrar por aqui. Antes de mais nada veja que eu facilitei a área dos comentários. Desisti do DISQUS – muito complicado. As pessoas falavam: “Queria comentar no seu site, mas é tão complicado”. De fato, depois que tirei o Disqus, os comentários passaram a rolar. Tô escrevendo tudo isso, pois fiquei devendo uma explicação do uso do Disqus pra você. Ainda bem que não dei. Como está o seu blog, indo bem? “Floresta de adjetivos” é ótimo! Beijo grande.
O blog está ótimo, Fernanda. Na verdade, nem estava pensando mais no Disqus, tentei implantar mas achei realmente bem complicado. A maior repercussão do meu conteúdo acaba sendo no Facebook mesmo. Beijo, sucesso pra nós!
Vamos que vamos. Beijo, Fernanda.
[…] Leia post anterior Vale quanto menos pesa […]
[…] cortantes. As personagens dizem o preciso, os leitores complementam. Alguém já escreveu que os adjetivos existem para não serem usados. Rulfo não só acredita nisso, como põe em prática. Sua prosa é […]
[…] servirá. Então é tomar o café e sair à caça! Mas as palavras, entre elas, são distintas. Os adjetivos são mais exibidos e abundantes. Os substantivos formam a elite, convencidos de seu poderio. Os […]