Nasci dez anos após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Para os cachorros, dez anos é a terceira idade. Para a história, representa a milésima parte de um grão de segundo.
Cresci ouvindo ecos da Grande Guerra. Minha mãe contava dos blecautes programados no Rio de Janeiro e o quanto eram providenciais para os namorados. Meu pai relatava os afundamentos de navios brasileiros na costa de Sergipe e do ódio crescente aos países do Eixo: Alemanha, Itália e Japão.
Anos depois, preconceitos contra descendentes de germânicos, italianos e japoneses sobreviviam nos recreios das escolas cariocas. Lembro do Werner, neto de alemães, exilado das nossas brincadeiras de amarelinha, pique, esconde-esconde.
Do rescaldo dessa cultura belicosa, ficou gravada a expressão Dia D. Para os muito jovens, informo: no 6 de junho de 1944, tropas anti-Hitler desembarcaram numa praia da Normandia francesa, ocupada pelos alemãs. Foi a preparação do xeque-mate ao Terceiro Reich. Daí o nome Dia D. Definitivo.
Hoje, uso com gosto a expressão. Chamo Dia D quando apresento um trabalho. Quando pego o resultado de um exame médico ou quando rodo a baiana. Em miúdos, Dia D é sinônimo de hora da verdade.
Também considero Dia D toda manhã. No momento em que a tela do monitor acende seu clarão e me convida a escrever mais um texto para você, caro leitor.
[…] de 1945, ele tinha 15 anos incompletos. O episódio terrível calou bem fundo na alma dele. Eu, bem pequena ainda, ao escutá-lo também me arrepiava imaginado o imenso cogumelo radioativo e as pessoas […]
[…] manhã, Celina acordou antes das 9h. Muito feliz. É o seu dia D – não tão famoso quanto o Dia D que marcou o desembarque dos aliados na Normandia, em 1944, iniciando a derrota do exército de […]