Pra todo lado

A primeira vez que pensei sobre a cor amarela eu estava no meio da Baía de Guanabara. Ao lado do meu pai fazíamos a travessa Rio-Niterói….

Foto: Regina Pereira Foto: Regina Pereira

A primeira vez que pensei sobre a cor amarela eu estava no meio da Baía de Guanabara. Ao lado do meu pai fazíamos a travessa Rio-Niterói. Da varandinha da barca avistei boias amarelas, próximas à Ilha Fiscal. Era bonito ver na água ondulada o amarelo balançando.

Papai então me explicou a função das boias. Entendi, mas perguntei o que de fato me interessava: por que elas eram amarelas? Jamais esqueci a resposta: porque o olho humano enxerga o amarelo de longe.

Passou todo esse tempo, uma vida, e ainda me emociono com a cor amarela. Tento completar a resposta do meu pai. Não só vemos o amarelo de longe, como ele é a cor do Sol, do ouro, do milho. Do medo também.

O IBGE usa amarelos para se referir aos orientais. Coisa que nunca entendi. Talvez os técnicos em população não sejam bons em cores. Nicole, uma cadela da minha infância, ela sim era amarela. Parecia feita de gema de ovos.


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