Textos curtos

NÓIAS DIGITAIS Ser marinheira de primeira viagem tem desvantagens conhecidas: falta de habilidade, falta de experiência, falta de mar enfim. Em contrapartida há vantagens de mais…

Ilustra: LS Raghy Ilustra: LS Raghy

NÓIAS DIGITAIS
Ser marinheira de primeira viagem tem desvantagens conhecidas: falta de habilidade, falta de experiência, falta de mar enfim. Em contrapartida há vantagens de mais frescor e franco entusiasmo.

Sou marinheira de primeira viagem na administração do meu site. Quero dizer, queimo as pestanas para divulgá-lo o mais amplamente que eu possa. Nas minhas redes sociais, está tudo ok. Mas como nadar em outras redes?

Daí fui atrás do assunto. E, de repente, descobri que há dezenas de ferramentas para monitorar a quantas anda meu rebento digital. Quase tive uma vertigem quando vi para cada postagem a marcação de visualizações, tempo gasto, origem etc, etc.

Pensei no ato: só falta eu viciar nisso. Pior, eu me pautar por isso. Que tremendo risco. Daí disse para a grumete que há mim: Calma! Ora o vento é de popa, ora é de proa. Melhor mesmo é saber levar o barco e nunca perder o porto a alcançar. De forma pragmática: seguir o objetivo e não se pautar exclusivamente pelas métricas e pelos números.

CONSTÂNCIA
Antigo não quer dizer velho. Por mais digitais, conectados, pilhados que estejamos, a velha máxima: Só colhe quem plantou segue vivíssima. Aliás a cultura rural traz saberes enraizados, pois são concretos.

Domingo retrasado comprei uma planta – conhecida no Brasil inteiro como Maria-sem-vergonha. Ela se parece a Fênix – com a diferença de não renascer das cinzas, mas da água que jogamos nela.

Como é muito bonita e não quero que morra, todo fim de tarde e manhã pego o regador e espalho filetes de água sobre ela. É um compromisso a mais num cotidiano cheio deles.

Mas se quero minha Maria-sem- vergonha, não há outra opção. Faço o paralelo com alimentar e compartilhar um site ou blog. É pura insistência e perseverança. Todo dia, todo dia.

CONDOMÍNIOS
Adoro as redes sociais. Creio que elas nos ensinam novos pensamentos, inéditas maneiras de se relacionar. Sem exagero, acredito até que redes sociais modificam a plástica cerebral. Mas o amor não impede a crítica. Ou ao menos não deveria impedir.

Na gastronomia atual de coxinhas e mortadelas todo mundo bate-boca e sai perdendo. É um tal de bloquear fulanos e sicranos. Mas nada mais contra a rede do que a tesoura. Em nome das paixões políticas cortam-se conexões.

Entra o pior do mundo offline no online. A nefasta ideia dos condomínios: jardins particulares, ruas fechadas, seguranças nos portões. Só passam convidados!

Mas a força da cultura digital está justamente na colaboração entre estranhos. Uma rede cresce quando ganha novas conexões. Exigir atestado ideológico de quem entra é péssimo negócio.

TEXTOS CURTOS
Como dois mais dois são quatro textos curtos têm chance maior de serem lidos. Pela própria natureza da internet. Ela maximiza todas as informações. De marcas de lenços de papel a descobertas de vacinas.

Outra, não é fácil escrever curto. É até arte. Conta o folclore literário que um escritor teria dito ao editor: Desculpe, escrevi longo, porque não tive tempo de escrever curto.

Mas vejamos: existe no dicionário e na vida a palavra depende. Devemos evitar a tentação de tornar o texto curto artigo da Constituição. Ou mesmo versículo bíblico. Textos longos também podem ser interessantes.

ACESSAR O ACESSO
Todas as épocas têm suas unanimidades. Hoje, no Brasil, a maioria acachapante acredita que a boa educação pode tirar o país de vários dos seus apagões. Ao mesmo tempo, ela oferece ferramentas para que os indivíduos se desenvolvam, inovem, toquem suas vidas.

É lindo. E não é novo. Gerações passadas já apontavam a educação como saída de crises e entrada em possibilidades reais. Mas acho que as pessoas, às vezes, pensam pequeno em relação à educação. Pensam educação igual à escola.

Evidentemente  ela passa pela escola, mas necessita de muito mais. Exemplo banal, os brasileiros precisam de acesso digital amplo e irrestrito. Cada vez que a rede fica lenta, que o sistema cai, que burocracias complicam a conexão WI-FI várias oportunidades se perdem. Arrisco o slogan: Povo educado é povo conectado.

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